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FRANCISCO JOSÉ RITO
( Portugal )
Francisco José Rito, pseudónimo de Francisco V. nasceu em 1969 na Murtosa. A poesia desde cedo entra na sua vida, através do Fado e da voz inconfundível de Amália Rodrigues, “a sua alma deu voz ao sentir de tantos poetas”, refere Francisco José Rito.
Aos 10 anos de idade guarda religiosamente quadras soltas que escreve no seu quarto. O seu quarto cedo se revela um pequeno mundo e Francisco parte a descoberta de outros mundos e outras áreas. A culinária é a segunda paixão, e frequenta o curso de Cozinha e Pastelaria no Instituto Particular de Cozinha, dedicando-se de seguida vários anos ao ramo da restauração.
Anos mais tarde conjuga paixões, a culinária e a escrita e cria o Blog Namorado da Ria, onde fala da sua gente e da sua terra ao mesmo tempo que apresenta uma série de receitas da gastronomia Portuguesa. Segue-se outras incursões literárias numa área virtual onde partilha com amigos crónicas e poemas. O gosto pela escrita leva-o também a colaborar com Jornais e revistas comunitários nos Estados Unidos e também na terra Natal.
O percurso literário de Francisco José Rito tem sido impressionante com a apresentação de múltiplos trabalhos nos últimos anos e onde a sua qualidade é reconhecida.
Biografia: https://lusoamericano.com
SOM DE POETAS – Colectânea de Poesia. Lisboa?: Papel D´Arroz Editora, Múltiplas Histórias Unipessoal Ltda., 2015.
418 p. ISBN 978-989-8796-37-0 Ex. bibl. Antonio Miranda
POEMA ÉS TU
são teus passos suados
ao encontro dos meus braços
correndo loucos
pela lava ardente
do vulcão que te consome
em grasnes agudos de volúpia
prisioneiro dos teus olhos de águia
envolto nos lençóis da tua pele morena
absorvo o som da poesia que me embala
acordes que me sussurras ao ouvido
na hora sagrada da entrega
extasio ao som dos teus gemidos roucos
a mais bela sinfonia
elevando-nos à dimensão dos anjos
no infinito da mais bela aurora boreal
dançando entrelaçados a valsa dos desejos
poema és tu, amor
as batidas do teu coração
massageando-me o peito cansado
depois do amor ardente e fugaz
que nos curtiu as carnes
UM DIA
desta terra por demais fustigada
um dia brotarão flore e frutos ruivos
os filhos que havemos de parir
um dia contarão a nossa história
e em todas as linhas do horizonte
escreverão — a ferro e fogo — palavras
de orgulho e liberdade
e hão-de destruir limitações
e conquistar alvoradas de esperança
porque o mundo é fruto de paixões
e é chegada a hora da mudança
desta gente a quem roubaram
a dignidade, a fé e o que restava
de uma herança nobre, portuguesa
ainda hão-de insurgir valores
um dia
o povo há-de invocar
a alma e o brio dos seus avós
e bem alto se ouvirá o grito
que expulse os demónios e a inglória
e faça ouvir a nossa voz
para lá das trincheiras da vitória
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Página publicada em novembro de 2021
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